Capoeira é uma mistura única e dinâmica de artes marciais, dança e música que se originou no Brasil. Suas raízes remontam ao século XVI, quando escravos africanos foram trazidos ao Brasil pelos colonizadores portugueses. Esses escravos, principalmente da África Ocidental e Central, trouxeram consigo uma rica tapeçaria de tradições culturais, que se fundiram para formar o que hoje conhecemos como capoeira.

As condições opressivas da escravidão forçaram os africanos escravizados a encontrar maneiras de resistir e preservar suas identidades culturais. A capoeira surgiu como uma forma de autodefesa e um meio de expressão cultural. Nas reuniões clandestinas de quilombos — comunidades de escravos fugitivos que se uniam em áreas remotas para formar suas próprias sociedades — a capoeira era praticada e refinada. Essas comunidades se tornaram refúgios seguros onde as tradições africanas podiam ser mantidas e passadas de geração em geração. O
desenvolvimento da capoeira foi influenciado pela necessidade de disfarçar suas raízes marciais dos donos de escravos e capatazes. A prática incorporou elementos de dança, música e acrobacia para mascarar seu verdadeiro propósito. Ao aparecer como uma dança inofensiva, os praticantes de capoeira podiam treinar técnicas de combate sem levantar suspeitas. Essa adaptabilidade era crucial para a sobrevivência e resistência nas duras realidades da escravidão.

A música é parte integrante da capoeira, servindo tanto como um guia rítmico para movimentos quanto como uma forma de contar histórias. Instrumentos tradicionais como o berimbau (um instrumento de percussão de corda única), atabaque (um tipo de tambor) e pandeiro (um tipo de pandeiro) criam os sons característicos da capoeira. As músicas cantadas durante as sessões de capoeira frequentemente recontam eventos históricos, celebram heróis e transmitem lições morais, preservando a história oral da comunidade afro-brasileira.